quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A vida sob uma nova perspectiva

Se minha vida fosse um livro, acho que seria de aventura. Desbravando mares, entrando em cavernas. Um pouco de perigo e bastante ação.
Gosto de sentir o coração disparado, a adrenalina correndo maratona no meu sangue.

Há poucos dias, fui a um parque de diversões. Depois de muito tempo longe de uma montanha-russa, revivi aquela maravilhosa sensação de agonia, medo, ansiedade e alívio que só um brinquedo desses proporciona. O tempo na fila de espera me deixou ansiosa. Quando sentei na cadeira do carrinho, meu coração começou a disparar. No momento em que a partida foi dada, comecei a ficar com medo. 
A primeira descida é sempre a pior, né? Você olha do topo da montanha pro parque inteiro, como se fosse a sua última visão desse mundo, sua despedida. É sério! Parece drama, mas é essa a sensação.
E aí, o carrinho desce. Deve ser a, mais ou menos, 450 km/h. Pelo menos, é essa a sensação que o desespero me dá.
O vento bate tão forte contra sua face, que você se sente como aqueles personagens de desenho animado, quando a pele descola do rosto e os ossos ficam expostos. 
Não é drama não, gente... é isso que eu senti. Sérião!
E quando eu tentei levantar os braços (pra parecer corajosa?) Fail total!
Meu pescoço foi empurrado pra baixo, e eu devo ter feito uma cara pior do que quando estou na cadeira do dentista.
Levando em consideração todas essas poses e sensações esdrúxulas, resolvi enfiar de vez o pé na jaca. Comecei a gritar! Mas, é gritar mesmo, como se todo o ar do pulmão fosse acabar. Acho que gritei mais grosso que muito homem, inclusive.
No meio do percurso, eu já não conseguia prestar atenção na "paisagem" ao redor. Só conseguia olhar pros trilhos, que faziam o caminho mais louco e sem noção do mundo. Uma das piores partes é quando o carrinho passar por dentro de um túnel.
Olhando de cima pra baixo, você chega a pensar: "Putz, nem me despedi da minha mãe. Espero que meu rosto não fique tão desfigurado quando eu entrar de cara nesses trilhos por baixo da terra. Tadinha da Mamis."
E aí, como se todo esse "sofrimento" não fosse o suficiente, a última volta do carrinho é rápida e para tão bruscamente no ponto de chegada, que você chega com cara de louca e gritando com o carrinho parado. Acredita nisso?
Pois é. E o coração, tadinho... sem comentários. Parece que o peito pula, de tão forte e rápido que ele bate.
Pra completar o passeio nonsense, você ainda tem o (des)prazer de ver uma foto sua, tirada em algum trecho do percurso que você estava gritando loucamente, com uma careta pior do que a do Taz.

E, quer saber? Faria tudo de novo. Eu amo a sensação que a adrenalina proporciona.
E é essa a resposta que, hoje, eu daria pro noivo da minha prima, se ele perguntasse "o que tem na cabeça desses loucos que vão nas montanhas-russas?".

Enfim, isso tudo me fez refletir sobre a vida, no dia a dia.
Sobre pessoas, sobre relacionamentos.Sobre como a história pode mudar de rumo de uma hora pra outra. 
Algumas estarão ao seu lado o tempo todo. Outras ficarão te esperando na saída. Tem também aquelas que você conhece durante o trajeto, por estarem na mesma situação difícil que você e, daí, surge uma identificação mútua. E, quando o trajeto chega ao fim, você ainda tem a oportunidade de contar pros próximos passageiros como é o passeio.

Só que, além da parte legal e boa, tem também a parte chata. Você não sabe, mas existem pessoas que podem não estar lá, te esperando, quando chegar no final do percurso. Elas se recusam a embarcar com você, e escolhem nem esperar por você. Vão embora, pra outras aventuras.

Nem sempre a aventura será tão emocionante quanto um passeio de montanha-russa. E, de vez em quando, a aventura pode até ser trágica. Mas, o que me faz ter prazer em viver é justamente essa certeza de que nunca vou estar sozinha. O tempo, a vida, as escolhas, e o próprio Deus se encarregará de colocar os personagens na história.

É claro que eu me decepciono ao ver uma pessoa indo embora da minha história. Ainda mais quando se trata de alguém que, pra mim, sempre seria parte integrante. Mas, o que eu posso fazer? 
Com o pouquinho que eu aprendi da vida, não vale a pena correr atrás de quem escolhe, por si próprio, ir embora. 
E assim, seguindo o conselho do Arnaldo, fico por aqui... sem drama!

Existe gente que precisa
da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.
Ele titubeia, tem dúvidas e medos,
mas se a pessoa realmente gostar, ela volta.

Nada de drama.

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