sexta-feira, 20 de maio de 2011

Você abre a caixa de emails, e encontra...

Depois de descobrir que as sextas-feiras tem 47 horas, e de dar poucas e boas risadas, nada melhor do que uma mensagem positiva para terminar bem essa semana, que não foi lá das mais fáceis...


EMAIL DO MARIDO

Querida, está tudo em ordem durante sua ausência. Aquela senhora que você contratou para cuidar da casa durante a sua viagem ficou doente e não pode vir, mas estou me virando bem.

Estou preparando meu próprio jantar.
Só não estou limpando a casa nem lavando a roupa suja.

Está dando tudo certo. Ontem fiz batata frita. Ficou bom. Era preciso
descascar a batata? A panela de pressão ficou bem suja, aí a deixei de molho no sabão em pó com um pouco de WD.

Quanto tempo precisa pra cozinhar ovos? Já deixei eles fervendo por
duas horas, mas ficaram duros que nem pedra.. Da próxima vez, vou deixar mais tempo.

Ontem tive um contratempo cozinhando as ervilhas. Coloquei a lata no microondas e ele explodiu. Acho que tinha que abrir a lata, né? Mas hoje vou fazer um macarrão, que é bem mais fácil. Até já deixei ele de molho na água fria, pra cozinhar mais rápido, já que o micro-ondas quebrou.

Já aconteceu contigo de a louça suja criar mofo? Como é possível isso acontecer em tão pouco tempo?

Aliás, atrás da pia tem de tudo que é bicho, daqui a pouco vai dar pra
fazer um documentário e vender pro Nacional Geografic. hehehehe,
brincadeirinha!!!

No domingo eu emporcalhei o tapete persa com molho de tomate e mostarda do cachorro quente. Você sempre me dizia que mancha de molho de tomate não sai. Passei um pouco de gasolina que tirei do carro, e a mancha saiu. Ficou meio branco no lugar, mas arrastei o sofá em cima da mancha e nem dá pra perceber. Até você voltar, o cheiro deverá desaparecer.

A geladeira estava criando muito gelo, então tive que fazer um defrost nela. O gelo sai fácil se você raspar ele com uma espátula de pedreiro!
Ficou ótimo, foi fácil e rápido, agora a geladeira está gelando bem pouco, acho que vai demorar bastante pra juntar gelo de novo.

No mais, na última quinta-feira quando sai para o trabalho acho que me esqueci de trancar a porta. Alguém deve ter entrado no nosso apartamento porque estão faltando alguns objetos, inclusive aquele vaso de marfim que seu bisavô trouxe da África. Mas como você sempre diz o dinheiro não traz felicidade, e tudo que é material é efêmero. O seu guarda-roupa
também está meio vazio, mas acho que não devem ter levado muita coisa, afinal você sempre diz que nunca tem nada pra vestir. Ah, também não achei seus sapatos.

sei que está pensando nas suas plantas, mas eu estou molhando elas direitinho. Até fervi a água ontem, pois estava muito frio e achei que não ia fazer bem molhar elas com água fria.

Beijos mil, com muito carinho, do seu querido Afonso.

PS: Sua mãe deu uma passada aqui pra ver como estavam as coisas. Ela entrou e começou a gritar, e daí sofreu um infarto.
O velório foi ontem à tarde, mas preferi não te contar pra não te
aborrecer à toa.

Volte logo, estou com saudades....



Dr. Seuss



Choose your character, be who you wanna be;



terça-feira, 17 de maio de 2011

Um caderno, uma caneta, um banco e uma vida inteira

Existe um momento da vida em que é preciso parar, sentar em um banco confortável, pegar um caderno e escrever.

Escrever sem parar, sem contar as linhas, sem corrigir as palavras.

Não precisa ser uma carta pra alguém, mas precisa ser uma carta pra si mesmo e que não mede palavras, expressões, críticas, sugestões, inícios e fins.

Nessa carta, é preciso detalhar o que incomoda, o que precisa mudar e o que dá pra manter.

É o balanço geral de tudo o que pode ficar e tudo o que tem que ir.

Acho que sentei nesse banco, e não sei por quanto tempo vou ficar escrevendo essa carta.

Mas, ela diz respeito a muita gente...

Por isso, parafraseio Martha Medeiros: estou saindo de férias, volto assim que me encontrar!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Vampiros

Por Martha Medeiros

Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo.

Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.

Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.

Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Chegadas e Partidas

Diálogo de um casal

Ela: Você viu aqueles dois?
Ele: Vi sim, você acha que dura?
Ela: Nunca dura, sempre muda. Culpa nossa!
Ele: Que orgulho, não?! Poderíamos abrir uma empresa disso...
Ela: Disso o quê?
Ele: Disso, oras!
Ela: Do quê você está falando, homem? Dá pra explicar?
Ele: Nossa, tá tão difícil assim? Quer que eu desenhe?
Ela: Olha a grosseria...
Ele: Tá, desculpa. Foi brincadeira, poxa. Mas, enfim, somos bons no que fazemos e sempre
dá certo. Quer dizer, QUASE sempre. Mas, as pesquisas de público estão o nosso favor, dá
até pra investir nossas ações na bolsa.
Ela: E você acha que alguém compraria? Além do mais, nosso negócio não é o sucesso...
esquece essa história. Por quê precisamos de dinheiro, se somos felizes fazendo isso?
Ele: Sei lá, mas poderia ser um grande negócio...
Ela: Pára de sonhar, homem! Finque os pés no chão, e voltemos ao assunto inicial: você
acha que dura? Eu tenho certeza que a gente pode mudar tudo...
Ele: É, você é fogo! Eu reconheço meu potencial e me orgulho da minha eficiência, mas
sem você eu não conseguiria muita coisa não... por isso que te amo!
Ela: Ahhhhhh, só por isso???
Ele: Ah, amor, não começa vai! Foi só uma brincadeira, uma forma de dizer que você me
completa e nós dois formamos a dupla perfeita!
Ela: Não é bem o que os outros pensam...
Ele: E quem é que liga pro que eles pensam? Ops nós ligamos... Rá rá rá
Ela: Você não se sente mal com isso?
Ele: Por quê me sentiria? Fui feito pra isso, não é?
Ela: Não exatamente!
Ele: Você me entendeu, vai! Não fui feito pra isso, exatamente. Mas, sou muito eficiente na
função atual que tenho.
Ela: Verdade, pura verdade.
Ele: E você também, benzinho.
Ela: Pépépérae... você ouviu o que eles acabaram de dizer?
Ele: Ah, ouvi. Mas, desconsiderei. Você sabe que não depende deles, mas do que nós
vamos fazer com eles.
Ela: Me sinto tão maldosa assim. Pára vai, não precisamos disso!
Ele: Agora você vai recuar? Não acredito!!
Ela: Sei lá, me sinto mal quando vejo o desfecho!
Ele: Você sabe que depois começa tudo de novo, então porque se preocupa?
Ela: Porque eu sei que é importante pra eles?
Ele: Você é quem sabe... vai deixar a oportunidade passar ou vamos lá e botar pra quebrar?
Ela: Desculpa, mas dessa vez eu não consigo.
Ele: Por quê? O que é que tá pegando?
Ela: Eu consigo ver que eles são felizes, e não quero atrapalhar isso!

Ele: Tudo bem, se você não quer eu também não vou. Afinal, só dou certo com você!
Ela: Ah, que amor!
Ele: É a verdade, pô! Se eu tentar sozinho, vou me cansar e não vou desenvolver nada.
Ela: Tá, vamos embora. Depois continuamos...
Ele: Perai, tá chegando mais um... quer tentar?
Ela: Uau! Esse tá fácil demais... nem vou precisar me esforçar. Vamos lá!
Ele: Mas, e aquela história de não querer atrapalhar a felicidade alheia? Desistiu?
Ela: É que eles não parecem sinceros um com o outro. Vamos acabar fazendo um favor,
terminando isso logo...
Ele: Quem vai primeiro, eu ou você?
Ela: Vou primeiro, essa é fácil!
Ele: Tá bom, qualquer coisa é só chamar...

(cinco minutos depois)
Ela: Pronto! Mais fácil do que distrair criança...
Ele: Nossa, você foi rápida!
Ela: Não tinha conexão, era tudo falsidade. Foi só encostar o meu dedo que eles desistiram.
Melhor assim, né!
Ele: Que orgulho de você!

Essa foi a conversa entre o Sr. Tempo e a Sra. Circustâncias, ao ver uma dupla de amigos
conversando sobre sua amizade.
Por mais ficcional que seja o uso dessas figuras de linguagem, isso realmente acontece.
Esse casal é super eficiente em “despedidas”. Eles estão presentes em aeroportos, hospitais,
shoppings, escolas, faculdades, empresas, família e até mesmo na igreja.

A verdade é que alguns conseguem fazê-los desistir de tentar acabar com um
relacionamento. Outros, se deixam vencer muito fácil. Não importa a ordem. Pode ser
primeiro o teste do tempo, e depois o das circunstâncias. Ou vice-versa.
Pode ser que eles venham juntos, ou só um deles. Podem vir bem rápido, e também podem
ficar por longa data. Principalmente o tempo, que não mede esforços para executar sua
eficiência.

Sabe o que mais gosto neles dois? A realidade.
Dois amigos podem fazer mil promessas de fidelidade e amor eterno. Um casal de
namorados pode jurar uma eternidade juntos. E qualquer pessoa que se submeta a um
relacionamento, acaba apostando algumas fichas para alcançar o sucesso do mesmo.
Mas, é o famoso casal, mais conhecido como Sr. e Sra. “Prova de Fogo”, que confirmam as
promessas, planos e afins.
São eles quem ajudam a provar a sinceridade de um “pra sempre”.
E, ao mesmo tempo, são os pontapés das despedidas.

Depois que os conheci, aprendemos a conviver junto. Claro que, como todo
relacionamento, temos nossos altos e baixos. Já os quis eliminar, mas fui vencida pelo
cansaço e pelo Sr. Tempo. Também já tentei me fazer de heroína, mas a Sra. Circunstâncias

não é mole não.
No final das contas, aprendi a gostar. Hoje, sei que eles vêm para o bem, mesmo que seja
para ocasionarem despedidas.
E, sinceramente, foram eles que me ensinaram a grande lição: todo mundo precisa se
despedir!

Os indico para qualquer um, mas vou logo falando: são professores muito linha-dura!

O nada, virou tudo!

“Jogue suas mãos para os céus, e agradeça se, acaso, tiver alguém que você gostaria que estivesse sempre com você”

É assim que a música soa, que a Paula Toller canta e que eu vivo hoje.

O fato é que, quando se conhece alguém especial, as coisas mudam radicalmente. E não há uma restrição de romance, para isso. Pode acontecer com qualquer pessoa, inclusive com um amigo.

É um sentimento excepcional, em que os olhares se encontram e o coração bate mais forte.

Aquela pessoa entende o sentimento, e corresponde (não necessariamente da mesma forma, mas corresponde).

O mundo pára de girar por 3 segundos, e se esquece de respirar. As mãos perdem o movimento, e não se sabe o que fazer durante algum tempo. Não se sabe se a ocasião merece um abraço ou uma lágrima. A única parte do corpo que mexe, é a boca: um sorriso!

Naquele momento, a mente viaja pelo invisível e encontra dois corações conectados. Dois corações amigos, ou irmãos ou, nos casos mais fortes, o amor!

Daquele momento em diante, entra na história a palavra “eterno”. Mesmo que não haja perspectiva a longo prazo

É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.