terça-feira, 30 de novembro de 2010

Faz bem pros olhos, ler bons poemas

Devido a influências diárias de grandes colegas, resolvi postar esse lindo poema que é agradável à leitura e faz delirar qualquer um que já se submeteu, se submete ou se submeterá a uma grande paixão.

Eu sei que atrás desse universo de aparências,das diferenças todas, a esperança é preservada.
Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir e dela não me conformo.
Eu acredito em tudo, mas quero você agora!Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas,minha vida.
Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo o teu jogo triste e as tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo.
Eu amo a tua alegria mesmo fora de si, te amo pela tua essência e te amo até pelo que você podia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te rebanhado nas águas do equívoco.
Te amo nas horas infernais e na vida sem tempo...
Te amo pelas crianças e futuras rugas.
Te amo pelas tuas ilusões perdidas e teus sonhos inúteis...
Amo teu sistema de vida e morte, te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras e te amo desde os teus pés até o que te escapa.
Te amo de alma para alma e mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defendo quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor vacila

Depois disso, nada a declarar. O silêncio fala sozinho!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dentro do quarto


Ontem eu resolvi arrumar meu armário. Fazia tempo que eu abria a porta dele e via aquele amontoado de roupas queridas, e sabia que não tinha espaço pra mais nada.

Para proporcionar espaço para novos “modelitos”, decidi fazer uma limpeza de roupas que eu não usava mais (e algumas que nem cheguei a usar).

Inesperadamente, acabei tirando uma quantidade incrível de roupas “inúteis” pra mim, e que serão úteis para outras pessoas.

No meio disso tudo, minha brilhante mente (¬¬) começou a fazer comparações da situação com a minha própria vida.

É, é isso mesmo. Eu comecei a pensar em quantas coisas eu preciso tirar de dentro de mim, pra dar lugar pro que eu realmente preciso. Com o decorrer do tempo, adquiri emoções e [res]sentimentos que nem combinavam comigo. Outras eu nem cheguei a usar. A maioria eu usei por muito tempo, mas já estavam desgastadas demais para sair à mostra. Tinha também algumas peças que, olhando hoje, cheguei a pensar: porque eu usei isso?

Enfim, terminei a limpeza enchendo uma caixa grande de roupas usadas, e que definitivamente não cabiam mais dentro do meu armário. Não cabiam mais em mim, ou não combinavam mais comigo.

Eu mudei. Roupas novas precisaram vir e eu precisava achar um lugar pra elas.

O engraçado é que muitas peças que eu decidi abandonar, quase foram descartadas da última vez, mas eu pensei “ah, gosto tanto dessa...” ou “ah, essa me lembra uma situação importante”, ou até mesmo “ah, essa ta me acompanhando há tanto tempo”.

Preciso confessar que eu olhei pra muitas peças de roupas e pensei “essas ainda não estão na hora de ir embora, e podem esperar mais um pouquinho”.

É, assim é minha vida. Sempre estão entrando coisas novas, pessoas novas, sentimentos novos e ressentimentos também. E eu sempre vou precisar fazer uma limpeza pra ver o que eu posso tirar de velho, pra ceder lugar a coisas novas. E sempre terei dó de excluir alguns sentimentos ou manias, deixando sempre “pra próxima limpeza”.

Bom, ontem foi uma caixa grande. Amanhã pode ser uma caixinha de fósforos.

Depois de amanhã, quem sabe, meu armário fique vazio.




segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Uma redação que me fez pensar muito

Minha escritora favorita, Clarice Lispector, disse que a palavra é o meu domínio
sobre o mundo. E foi assim que eu descobri que queria ser escritora. Depois de ter
tido ambições bobas e passageiras de cursar odontologia, pediatria, fisioterapia e
gastronomia, descobri que Jornalismo seria o melhor caminho que me levaria a escrever
bons textos. Contar histórias é o que eu quero pra mim.
Foi assim que eu escolhi esta profissão. Mas, o que mais me surpreendeu ao
longo do curso foi exatamente a quantidade de opções que possuo para contar uma
história. Posso narrar, posso deixar subentendido, posso mostrar com fotografia, posso
deixar uma diagramação falar por mim, posso criticar, ousar, desconfiar e até inventar.
O jornalismo tem isso sim. Tem muita gente que inventa. Dessa forma, eu descobri
como eu queria contar as histórias que chegavam até mim.
Ensinaram-nos que jornalista “tem que ser” imparcial, tem que relatar os fatos
exatamente como eles são. E foi aí que eu descobri que a imparcialidade possui limites
bem estreitos, pois cada indivíduo que ouve ou presencia um fato vai interpretá-lo da
forma como bem entender. Uma mesma história tem milhões de versões diferentes,
tem muitos “outros lados”. Desde então, resolvi direcionar minhas interpretações
para um único sentido: contar as coisas como elas são, envolvendo o mínimo que eu
pudesse de minhas crenças e convicções. Só assim eu poderia chegar próximo a uma
imparcialidade (inexistente, diga-se de passagem). Assim, criei meu próprio estilo de
escrever e minha forma de exercer a profissão.
Mas, além disso tudo, também descobri a jornalista que eu não quero ser.
Comecei a vivenciar o estresse em que essa profissão é envolvida. Para ser mais clara,
não quero dizer que a vida seja fácil e sem lutas mas, o que a maioria dos jornalistas
vive, é tudo o que eu não quero pra mim. Pode ser decorrente da minha personalidade,
porém não acredito que minha realização profissional possa ser baseada em viver,
morrer e fazer ressuscitar (se preciso), pelo meu trabalho.
Sim, eu vou lutar e vou me esforçar para cumprir deveres, mas simplesmente
descobri que não quero ser escrava do trabalho como muitos jornalistas são hoje em
dia (e não os condeno por isso). Só não quero passar mais tempo em uma redação, do
que com minha família. Não quero perder amizades, pelo bem de uma pauta polêmica.
Não quero renegar meus desejos para me submeter a princípios que vão contra a
minha índole. Eu quero uma profissão que me dê prazer em ser eu mesma, e que
me proporcione realização pessoal por fazer o que amo, e não simplesmente ganhar
dinheiro e boa fama. Acredito verdadeiramente que posso ser quem eu sempre quis,
através do jornalismo.
Alguém que busca constantemente a verdade pode nem sempre alcançar seu
objetivo. Mas, um bom profissional é movido por fortes ideais, mesmo que não consiga
a imparcialidade. O importante é ser fiel aos fatos e deixar de lado as críticas pessoais e
opiniões próprias. Essa é a jornalista que eu quero ser.