quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dentro do quarto


Ontem eu resolvi arrumar meu armário. Fazia tempo que eu abria a porta dele e via aquele amontoado de roupas queridas, e sabia que não tinha espaço pra mais nada.

Para proporcionar espaço para novos “modelitos”, decidi fazer uma limpeza de roupas que eu não usava mais (e algumas que nem cheguei a usar).

Inesperadamente, acabei tirando uma quantidade incrível de roupas “inúteis” pra mim, e que serão úteis para outras pessoas.

No meio disso tudo, minha brilhante mente (¬¬) começou a fazer comparações da situação com a minha própria vida.

É, é isso mesmo. Eu comecei a pensar em quantas coisas eu preciso tirar de dentro de mim, pra dar lugar pro que eu realmente preciso. Com o decorrer do tempo, adquiri emoções e [res]sentimentos que nem combinavam comigo. Outras eu nem cheguei a usar. A maioria eu usei por muito tempo, mas já estavam desgastadas demais para sair à mostra. Tinha também algumas peças que, olhando hoje, cheguei a pensar: porque eu usei isso?

Enfim, terminei a limpeza enchendo uma caixa grande de roupas usadas, e que definitivamente não cabiam mais dentro do meu armário. Não cabiam mais em mim, ou não combinavam mais comigo.

Eu mudei. Roupas novas precisaram vir e eu precisava achar um lugar pra elas.

O engraçado é que muitas peças que eu decidi abandonar, quase foram descartadas da última vez, mas eu pensei “ah, gosto tanto dessa...” ou “ah, essa me lembra uma situação importante”, ou até mesmo “ah, essa ta me acompanhando há tanto tempo”.

Preciso confessar que eu olhei pra muitas peças de roupas e pensei “essas ainda não estão na hora de ir embora, e podem esperar mais um pouquinho”.

É, assim é minha vida. Sempre estão entrando coisas novas, pessoas novas, sentimentos novos e ressentimentos também. E eu sempre vou precisar fazer uma limpeza pra ver o que eu posso tirar de velho, pra ceder lugar a coisas novas. E sempre terei dó de excluir alguns sentimentos ou manias, deixando sempre “pra próxima limpeza”.

Bom, ontem foi uma caixa grande. Amanhã pode ser uma caixinha de fósforos.

Depois de amanhã, quem sabe, meu armário fique vazio.




2 comentários:

Nati disse...

Eu fico no cabide do PARA SEMPRE!
Don't forget to reemember!

Anônimo disse...

"Depois de amanhã, quem sabe, meu armário fique vazio."

Sim, talvez a mania de organizar e jogar fora vire uma obsessão, a gente vai se desfazendo das peças/sentimentos que no final, fica sem nada, e a partir dai vai ser muito mais difícil acostumar-se com peças novas, e você não vai gostar de vê-las no seu armário.

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso, nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."