terça-feira, 10 de julho de 2012

O essencial

A borda da mata sob neblina

Quem olha pra uma foto dessas, pode pensar: Puxa, que imagem linda. Passar um fim de semana+feriado num lugar desses deve ser super relaxante.


Sim, é! Mas, não para mim e para as 50 pessoas que dividiram comigo o trabalhoso projeto com os adolescentes. Sim, nós abrimos mão de um fim de semana relaxante, para trabalhar duro, pegar pesado... falar da Boa e da Má Notícia!


Gostaria muito de falar sobre os resultados finais, mas me sinto muito à vontade para falar sobre os resultados que tive durante o final de semana.


Há quem diga que adolescentes são verdadeiros aborrecentes.  Eu discordo!
Eles são difíceis de entender na maioria das vezes, pois estão na fase de transição criança-adulto. São adultos demais para que os tratem com infantilidade, mas não tão adultos para aceitar grandes desafios. 
Quem é que não passou por isso, não é mesmo?


Mas, o que me encanta nos adolescentes é a forma de encarar o mundo. Eles são facilmente sensibilizados por uma causa, e a superprodução de hormônios contribui para que tudo seja aumentado ou maximizado drasticamente. Uma simples resposta curta de um amigo, pode ser o fim da amizade. Do outro lado, um simples sorriso pode desabrochar o amor.
Eles são 8 ou 80. São 6 ou meia dúzia. E, por isso, são tão divertidos. 
Em uma palavra: intensos!


No acampamento eu "comandei" o quarto mais divertido. Minhas companheiras de colchão de ar eram as mais sinceras e intensas. Foram noites inesquecíveis. Não me lembro de ter dado tanta risada por motivos tão bobos, em outras ocasiões. Querem nomes? Camila's, Monique, Bia e Laís.
Além das garotas do "time" (ou "clube da verdade), preciso falar das lindíssimas que sempre me surpreendem. Nomes: Gabi Simões, Polly, Carol Alves, Rebequinha, Juliana, Ester e Ana. Elas sempre me lembram de como eu era na minha adolescência, e como é gostosa essa fase de indecisão.


Sim, por mais estranha que pareça essa declaração, eu volto a afirmar: a fase de indecisão da adolescência é MUITO gostosa!
Mandar cartinhas, ficar conversando até tarde em acampamentos, pedir roupa emprestada, ir de braços dados pra qualquer lugar, compartilhar segredos, compartilhar comentários peculiares, deixar o coração guiar 99,9% das ações...
E tem a parte chata também: discussões com os pais, falta de incompreensão da família, amigos falsos, professores sem noção...

Antes de conhecer os adolescentes mais lindos do mundo, eu detestava lembrar da minha própria adolescência. Me sentia mal quando lembrava da minha dificuldade em arrumar amigos, das frustrações amorosas por gostar sempre do menino mais bonito, de ter dado meu primeiro beijo só com 16 anos, da grande dificuldade em fazer meus pais entenderem que "tipo" e "meu" é costume dos amigos e ouvir música alta é a coisa mais normal do mundo! Ah, quase esqueci da dificuldade em fazer minha mãe entender que, se meu cabelo amanhecia pior do que o do Edward Mãos de Tesoura, eu NÃO poderia aparecer na escola. hahaha
Minha adolescência foi meio nublada. Mas, quando conheci os meus adolescentes (se é que posso chamá-los de "meus"), senti um amor tão grande por eles, que entendi minha missão: mostrar a eles que essa fase não é anormal, que eles são aceitos sim, que eles são diferentes sim e que, mais do que qualquer outra coisa, são especiais. 


Adolescentes são inconstantes. Se moldam aos padrões impostos pela sociedade, justamente por não se sentirem aceitos em nenhum outro grupo. Porém, nessa minha fase difícil, descobri que:
- é muuuuuuito mais importante ser aceito por Deus, do que pelos amigos. 
- os pais são realmente os melhores amigos, e eles fazem de tudo para participar da nossa vida
- os verdadeiros amigos não te induzem a fazer coisas erradas. Pelo contrário, te ajudam a ficar firme quando dá vontade de arrancar os fios de cabelo
- redes sociais são legais, mas nada pode se comparar ao valor de uma verdadeira conversa olhos-nos-olhos.


Nesse final de semana eu descobri algo que mudou meu conceito sobre relacionamentos: precisamos lutar mais para entender as pessoas ao nosso redor.
É fácil julgar alguém em uma briga, ou em um relacionamento romântico. Mas, é na convivência que descobrimos a essência
E, dormindo e acordando com adolescentes, descobri que eles são muito mais simples do que se pensa. Eles querem amar, querem ser amados. Querem se abrir, contar segredos, compartilhar angústias, buscar conselhos... querem que dediquemos tempo, tentando entendê-los. 


Volte ao início deste post, e passe alguns segundos olhando pra imagem.
Essa foi a visão que tive no domingo de manhã, ao sair de casa e curtir o último dia de acampamento.  Ver Borda da Mata do alto e sob neblina, me deu vontade de esticar meus braços pra poder abraçar a todos os meus adolescentes e, chorando, agradecer a Deus pelo privilégio de ver com meus próprios olhos o que Deus pode fazer por nós.
Ele idealizou este final de semana para nós. Ele nos escolheu para desenvolver esse trabalho. Ele fez essa manhã linda de neblina, para apreciarmos Sua maravilhosa maneira de cuidar da natureza. E Ele me escolheu, para ser professora de adolescentes.


Entrei nessa história para ajudar, mas a grande beneficiada em todo esse processo, sempre fui eu.
São eles, os meus adolescentes, que, com toda a pureza e ingenuidade de quem deseja entender a vida, me ensinaram a amar. E eu faço isso me divertindo, que é o melhor de tudo!




Ps.: Citei apenas nome de meninas no post, mas o texto em si foi dedicado aos meninos também. Em especial, Deda, Pepe, os Lucas, Gabriel, João, Luiz, Gui, Ju, Paulinho, Guga... (esqueci de alguém?)
Obrigada pelos momentos de diversão, piadas e cantadas sem graça, e rodas de música em volta da fogueira humana! 
hahahahahaha


amo vocês, meninos e meninas!

Para refletir:
Cada estação da vida é uma edição,que corrige a anterior,e que será corrigida também,até a edição definitiva!
(Machado de Assis)




2 comentários:

Anônimo disse...

Muuuito lindo Carol, chorei em algumas partes... AAAAA e foi ótimo passar esse tempo com voce...

Camilla Oliveira

Anônimo disse...

Nossa,que texto lindo Carol! Foi ótimo ter você no clube da verdade! Hahaha que venham mais acampamentos como esse! Lais Barbosa.