Preciso de um lugar calmo, um tempo de tranquilidade pra processar os últimos dois anos.
As vezes eu fico tonta só de imaginar como é que a vida dá tantas voltas assim. É sério. Você pensa que já entendeu como as coisas funcionam e, de repente, está dentro de numa montanha-russa que sacode e vira de ponta cabeça.
E aí, é preciso respirar bem fundo pra não engasgar. Dá vontade de colocar a cabeça pra fora do carro e gritar bem alto. Ou pegar todas as roupas do armário, jogar dentro de algumas malas e ir pra rodoviária, sem destino.
E todo mundo fala que a vida é assim mesmo, e você não é o único (ou a única) que já passou por isso, e que ninguém morre disso. (Demorei um tempo pra entender o que essas pessoas realmente queriam dizer)
É capaz que toda essa situação lhe transforme numa pessoa reclamona e pessimista, mas não precisa ser um estado permanente. Isso passa, assim como as decepções amorosas da adolescência.
O que acontece é que, ao descer desse passeio insano da montanha-russa, sua visão de como as coisas funcionam, muda. Talvez as pessoas continuem as mesmas, o relógio continue tiquetateando, os carros continuem causando congestionamento e a cidade ainda seja um caos.
No meio de toda a bagunça do mundo, você abre os olhos e não vê o paraíso, mas vê uma nova trilha na direção dos seus passos.
Novas pessoas, nova atmosfera, novas escolhas, novas consequências.
Pinterest |
No mural do quarto, fotos antigas de gente antiga, por quem tenho um amor antigo e eterno. Junto delas, fotos novas, gente nova, consequências das últimas escolhas.
(Engraçado como um mural de fotos pode dizer tanto sobre a vida de uma pessoa, não é?!)
No diário, relatos de uma dor que já se torna mais amena. Relatos de uma pessoa que gosta de aprender e, por isso, sofre. Porque né... quem aprende, sofre. Nem que seja a dor de não ter aprendido antes.
No rosto, aquela expressão de quem acabou de sair da montanha-russa. Coisa doida, que dessaruma o cabelo e faz calar a voz mais aguda. Ânsia de vômito que deixa a garganta meio seca, meio ardida. Coração acelerado, cabeça confusa, visão embaçada. Como é que as coisas mudaram tão depressa assim?
E aí, a ficha cai. Não foram as coisas, fui eu.
Pode ser clichê, mas é exatamente assim que eu me sinto, porque o tempo se encarrega de ir aliviando a carga das bagagens emocionais.
Já faz um tempo que os pensamentos estão entrando nos eixos e voltando a fazer sentido.
E, quer saber, a vida ficou bem melhor agora!
Nenhum comentário:
Postar um comentário