, TWITTER, EMAIL, SMS, FORMSPRING... e o infinito e além; mas, não trocam palavras por mais de 3 minutos, em uma conversa.
Contam segredos, brigam, se reconciliam, discutem, dissertam, opinam, se declaram, terminam relacionamentos, flertam, compram, vendem, cantam...e tudo o mais que se faz em um relacionamento; mas, tudo por meio de imagens transformadas em
PIXELS.Sendo assim, dá pra concluir que são relacionamentos à base de pixel; ou, o que eu acabei de determinar: relacionamentos
pixelizados.
São relações eletrônicas onde o único contato físico acontece entre os dedos e o teclado. A troca de olhares é entre os olhos e a tela do computador, ou de um celular.
Se receber um fora, ou uma indireta... disfarçar é a coisa mais fácil! Ou a conexão cai, ou o sinal do wi-fi está ruim, ou “preciso sair porque meu irmão quer usar o computador”...
As cartas viraram emails, os beijos viraram winks no MSN, os abraços são emoticons, os diários são online, os pedidos de desculpa são mensagens automáticas, e ignorar os “indesejados” está ao passo de um click.
Entendo que a vida digital veio para facilitar. Mas, até que ponto?
Por quê se perdeu a valorização do tato? Por quê se prefere olhar uma foto na tela do computador, ao marcar um encontro e ver a pessoa ao vivo e a cores?
Por quê manter amizades conectadas por cabos da linha telefônica, ou de uma rede sem fio?
Qual é o problema de se usar uma caneta? Por quê as cartas não voltam a ser objetos de comunicação? O que aconteceram com os bilhetinhos, as cartas de admiradores secretos, o arrepio de um beijo, a lembrança de um sorriso visto ao vivo, o andar de mãos dadas, o abraço apertado, os carinhos no cabelo?
Posso ser careta e um pouco ultrapassada. Gosto da tecnologia, mas não suporto saber que milhões de adolescentes estabelecem todas as relações possíveis em frente à uma tela, mas pessoalmente, em frente a alguém com quem conversam todos os dias pelo MSN, não trocam mais do que 15 palavras.
Eu não! Eu quero continuar a mandar e receber emails, quero manter minhas contas em redes sociais e quero continuar gostando de receber sms. Mas, muuuuuuito além disso...
Eu quero marcar um encontro no Outback com meus amigos, quero encontrá-los no final de semana e conversar por horas, quero olhá-los nos olhos e observar quais são suas reações ao contar-lhes meus segredos. Quero sentir o arrepio de um beijo, quero sentir o embrulho no estômago ao ver aquela pessoa desembarcar de um avião e vir a meu encontro, depois de meses sem um abraço apertado.
Eu não quero uma realidade pixelizada. Quero uma realidade tátil, quero sentir meu sangue correndo nas veias, quero ficar com dor de cabeça depois de tanto chorar no ombro de uma amiga, quero ficar com dor de barriga de tanto dar risada com meu melhor amigo.
Quero passar a mão no cabelo, quero pegar uma caneta e escrever um bilhetinho no final do culto de um domingo a noite, quero ver de verdade... sem correr o risco da conexão cair!
Que se valorize os benefícios da tecnologia, mas que se lute pelo prazer de ler um livro e sentir o cheiro das páginas, ao invés de ler em um iPad.
Que se valorize a internet, mas que se esforce para não perder a percepção tátil.
Que se compreenda a beleza das redes sociais, mas que elas não sejam as melhores amigas.
Chega de competições por celulares melhores, computadores mais rápidos e banda larga com maior memória.
Quero mais abraços, mais beijos, mais risadas, mais arrepios, mais frio na barriga, mais bilhetes, mais cartas, mais apertos na buchecha, mais cócegas na barriga, mais indiretas por olhar... mais do que é bom e menos do que é superficial.
E aí, depois de tudo isso, fico pensando: ATÉ QUANDO ISSO VAI DURAR? QUANDO É QUE AS PESSOAS VÃO PERCEBER O VALOR DE RELACIONAMENTOS VIVOS?
Minha linda Clarice, você me entenderia...
“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.” (C.L.)